quarta-feira, julho 26, 2006


Valorizando a luz

Um dos detalhes mais importantes que diferenciam uma foto ordinária de uma foto com alguma estética é sem dúvida uma boa luz. Embora saber controlar a quantidade de luz que entra pelas suas lentes seja importantíssimo para garantir uma exposição correta, isso não fará suas fotos belas. Na verdade o cerne da questão é a qualidade da luz. Quando falo em qualidade, refiro-me ao fato de haver diferentes tipos de luz, que se encaixam em diferentes situações, produzindo efeitos dramáticos, difusos, ou até mesmo bem uniformes. Tudo depende do que você quer mostrar.
A foto que publico hoje é um bom exemplo disso. Imagine a mesma foto tirada com luz artificial, como a do flash. Certamente toda a atmosfera criada pela luz que entrava pela porta seria arruinada, resultando numa foto completamente banal. Ao ver tal luz, percebi que ela criava um efeito de chiaroscuro - ou seja, grandes contrastes entre luz e sombra. Tal efeito era muito comum na pintura barroca, e era usado para dar dramaticidade à cena, bem como criar uma sensação de volume no que era mostrado na tela. Tive a exata impressão de estar diante de uma pintura barroca quando vi a cena mostrada na foto, e não pude deixar de registrá-la. Usei uma abertura de diafragma grande - algo em torno de f2.8, e velocidade alta, pois o filme que usei era de sensibilidade relativamente alta - ISO 400. O resultado é esse que vocês podem conferir.

terça-feira, julho 25, 2006


MACROFOTOGRAFIA

A macrofotografia consiste em fotografar objetos pequeninos (ou não, podendo apenas ser a fotografia de um pequeno detalhe), a uma distância também pequena. Esse é um tipo de fotografia que pode ser fascinante, pois vários detalhes que são imperceptíveis aos nossos olhos tornam-se evidentes - e atraentes - quando fotografados desse modo. Há alguns poréns: lentes específicas para macrofotografia são muito caras, e a profundidade de campo dessas lentes é geralmente crítica, de apenas alguns milímetros. Portanto, deve-se fotografar com pequenas aberturas, de preferência usando tripés firmes para se obter bons resultados. Mas se você não dispõe de nada disso, há como ainda conseguir alguns resultados convincentes. Pode-se usar tubos de extensão, que afastam a lente do plano do filme, e que pode propiciar closes de até 1cm de distância do sujeito. Legal, não?
Eu por exemplo, não disponho dessas parafernálias (bem que gostaria...), então tenho que me virar com a distância mínima de focalização da minha lente, que são 50cm. Parece longe, mas somando-se isso à relativa magnificação da lente, você consegue resultados interessantes. Essa foto que posto é de uma planta insetívora que achei no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Ela tinha um aspecto muito curioso - como praticamente todas as plantas desse tipo - e me chamou a atenção pelas formas e cores. Ajoelhei-me no chão para poder ficar o mais próximo possível delas, calculei a exposição e fotografei-as. Escolhi uma abertura grande para evitar que elementos do fundo da cena distraíssem a atenção do primeiro plano, e fui muito cuidadoso com o foco. Se não me engano, a abertura foi f3 e a velocidade, 1/125s. O filme foi um Kodacolor 100, o mais vagabundo da linha da Kodak.

domingo, julho 23, 2006


NATUREZA-MORTA

Pois é, esse tipo de trabalho não existe apenas na pintura. Naturezas-mortas são composições que envolvem objetos estáticos como frutas, flores, ou qualquer outro objeto, geralmente em uma superfície plana. Isso é perfeitamente possível de ser registrado em fotografia também; portanto, vivo prestando atenção nos objetos em minha volta, tentando imaginar alguma composição interessante... Essa natureza-morta eu compus por acaso. Ela "aconteceu" uma vez que fui à casa de um aluno para umas aulas inglês, e enquanto ele pegava seus livros para começar a estudar, pus-me a observar sua sala, onde uma bela luz entrava. Quando vi o vermelho da gérbera naquele vaso tão vermelho quanto ela, tive a certeza de que ela merecia ser clicada. Posicionei-a de em cima da mesa de centro, de modo que ficasse de frente para a estátua. Calculei a exposição e click! O resultado é esse que vocês podem conferir. Engraçado, nem todas as fotos que nós fotógrafos gostamos são as mesmas que as pessoas que as vêem preferem. Essa foto é um bom exemplo. Gosto bastante dela, da luz, das cores, da composição. Mas uma vez publiquei-a num site de fotografias e ela não deu muito ibope... Talvez acharam esse trabalho abstrato demais.

sexta-feira, julho 21, 2006


Bom dia!
Bom, depois de postar uma foto noturna do MAC, volto a postar outra noturna, só que agora da orla da praia das flechas, em Niterói. A rua fica exibe uma iluminação bem interessante à noite, com uns tons dourados, e isso constitui um motivo interessante para fotografar.
Como havia dito na postagem anterior, quando fazemos fotos com exposição longa, a foto só sai nítida se a câmera se manter estática durante a exposição. Bom, até aí tudo bem. Mas o que acontece se os elementos da foto se mexerem??? Nesse caso, esses elementos vão sair borrados, em contraste com os elementos estáticos da foto - em geral, o cenário. Isso é claramente visível na foto que posto agora. Repare na rua que margeia a praia: há uma linha luminosa que corta a foto de lado a lado. Essa linha na verdade são os faróis dos carros que passavam enquanto a exposição era feita. Já o mar, por se manter em constante movimento, assume uma forma parecida com uma neblina. Esses efeitos podem ser indesejáveis dependendo do tipo de foto que você for fazer, mas também podem criar atmosferas interessantes para seus registros. Como essa foto era experimental - e eu não dispunha de um tripé de verdade, nem de uma lente grande angular, eu não me prendi muito à composição propriamente dita, mas sim nos efeitos que conseguiria com o efeito de "arraste" dos faróis dos carros e do movimento do mar.

quinta-feira, julho 20, 2006


Bom dia a todos!
Hoje vou postar mais uma foto, explicando mais ou menos o procedimento de como ela foi feita. Essa foto que você vê aí acima é uma foto noturna que fiz do MAC, o famoso museu de arte contemporânea de Niterói, projetado pelo lendário (e quase centenário) Oscar Niemeyer. Como qualquer obra arquitetônica projetada por esse gênio, o MAC é um excelente modelo para fotografar. Todo mundo já viu alguma foto desse lugar, que mais parece um disco voador, mas na maioria das vezes essas fotos são muito parecidas entre si. Resolvi um dia fotografá-lo à noite, para pelo menos tentar fazer a foto "parecer" diferente.
Fotos noturnas como essa que fiz não são boas de serem feitas sem a ajuda de um tripé, uma vez que o obturador - o mecanismo que expõe o filme à luz - tem que se manter aberto por um tempo razoavelmente longo, e qualquer movimento, por mais imperceptível que seja a você, pode arruinar a foto, borrando tudo. É justamente esse mesmo motivo pelo qual alguma das fotos que você já tirou na sua vida terem um aspecto borrado, dando a impressão de terem sido tiradas em um aquário. Nesses casos, quando você precisa de uma maior estabilidade da câmera, deve-se usar um tripé e um cabo disparador (para que você não toque na máquina), para assim assegurar a maior estaticidade possível de seu equipamento.
Para essa tomada, usei minha Zenit 12XP, com sua lente original de 58mm, um tripezinho daqueles de câmeras compactas - o que não é recomendado, pois câmeras compactas pesam no máximo 300g, enquanto minha câmera nada compacta pesa 980g(!!!) - e um cabo disparador convencional. Escolhi uma abertura pequena - f16 - para conseguir a maior profundidade de campo (área que aparece nítida na foto) possível, e uma exposição de aproximadamente 30 segundos, para poder sensibilizar bem o filme.

terça-feira, julho 18, 2006


Essa foto foi a primeira natureza morta que fiz. Sempre gostei de fotos close-up, mas não sabia o que fazer para conseguir um bom resultado, muito menos o que usar para compor a foto. Decidi então aproveitar a luz que vinha da janela da minha sala, e compus a foto usando uma tacinha de licor cheia de licor de cereja e uma maçã decorativa, tentando arrumar uma composição surrealista pseudo-intelectual, onde o vermelho da maçã encontrava-se na taça, e a maçã exibia uma coloração prateada, como que esmaecida. Não sei se alguém notou isso quando viu a foto - na verdade algumas pessoas até riram dela, kkkkk, mas gostei do resultado. Usei uma abertura de diafragma grande, se não me engano f2.8, para obter um fundo bem desfocado, e a velocidade de obturação foi 1/125s. Ainda não tinha muito controle da estética que a luz proporciona (e ainda não tenho), mas achei que o posicionamento dos elementos em relação à luz resultaria em uma composição agradável. Espero que vocês tenham gostado.
Bom, acabei de descobrir como postar figuras, rsrss! É que meu navegador não estava mostrando o ícone de inserir figuras, mas agora tudo está corretamente configurado. Agora que já sou expert em blogs (gargalhando), vou postar umas fotos com alguns comentários sobre elas. Espero que gostem (se é que alguém algum dia visitará meu blog, rsrs)
Bom, esse é o primeiro post que ponho no meu blog. E, como não poderia deixar de ser, vou falar de meu hobby favorito: fotografia. Descobri a mágica de fotografar há cerca de dois anos, quando comecei a ler textos e tutoriais pela internet. Sempre gostei de fotografia, mas nunca tinha experimentado fazer, criar fotos com algum requinte artístico (não que minhas fotos hoje em dia tenham esse requinte, rsrsrs). Desde então comecei a ler vários textos com noções de exposição, velocidade de obturação, abertura de diafragma... e aí o bichinho da fotografia se instalou de uma forma que não consigo - e não quero mais - remover. Como estava sem grana para investir pesado (aliás, quem tem grana nesse país?) no meu novo hobby, procurei no Mercado Livre alguma opção em conta para começar a me aventurar nesse campo. Catando informações aqui e ali acabei encontrando a Zenit, câmera de origem soviética que mais parece um tanque de guerra de tão pesada e de tanto ferro. Mas eu precisava aprender o beabá, e fazendo uma analogia com o ato de aprender a dirigir, nada melhor para aprender do que um Fusca, que agüenta qualquer parada, é de mecânica fácil e não é caro. O mesmo pode ser dito da Zenit: barata, de construção simples porém muito robusta e confiável. Desde que adquiri a minha, não parei mais de fotografar! Não como um idiota que fotografa qualquer coisa para testar seus conhecimentos, mas tentando ter algum tipo de requinte estético. Por sorte, como já havia lido muitos textos explicativos sobre os parâmetros que deveriam ser usados para conseguir uma boa foto, não apanhei muito de início. Claro que me refiro ao risco de perder fotos por falta - ou excesso - de luz, não ao apuro estético. Bom, o primeiro passo estava dado.
O primeiro filme que carreguei na máquina foi um Deplá ISO 100, filme barato para correr um risco menor de frustração. Gostei bastante dos primeiros resultados, embora não tivessem ficado nada que fizesse ninguém babar. Mas não ficaram uma porcaria também. Isso me deu uma motivação a mais para experimentar outras possibilidades, explorar assuntos e todos os recursos que só a fotografia manual poderiam oferecer. E nisso estou até hoje, ora acertando, ora errando... mas nunca perdendo a vontade de melhorar, quem sabe até conseguir algumas imagens dignas de serem expostas em algum museu... rsrsrsr! (que pretensão idiota, rsrsrs!)
Bom, como sou totalmente iniciante e ignorante em blogs, ainda não descobri como explorar todo o potencial que ele pode oferecer. Aos poucos, vou descobrir como postar algumas fotos, para vossa apreciação, leitores. Isso pode acontecer ainda hoje, amanhã... sei lá; quando conseguir vocês verão na tela de seus computadores, rsrsrs! Vale à pena ressaltar que não sou nenhum fotógrafo profissional, não fiz cursos e não sou nenhum mestre. Apenas adoro a arte de fotografar, estou tentando melhorar o mais que posso, e esse blog será uma espécie de diário de bordo, onde vou apontar o que gostei e o que não gostei nos resultados dos meus trabalhos. Claro que qualquer comentário ou crítica é sempre bem-vindo; mas se não gostarem das fotos, peguem leve na hora de criticar!