terça-feira, dezembro 12, 2006

Olá, leitores!
Hoje vou postar uma foto de um tema bastante recorrente na fotografia, que é o pôr-do-sol. Na verdade nessa foto ele nem é o elemento principal, mas ajuda a criar o clima. Fotos feitas contra o sol podem criar um efeito indesejável, que é a parcial ou total ausência de detalhes do elemento que estiver contra ele, pelo fato dos contrastes da cena serem muito fortes. Embora às vezes seja indesejável, esse "efeito" pode ser usado para seu benefício, onde as silhuetas são usadas deliberadamente, e não acidentalmente, como no caso da foto que publico hoje.
Esse pescador estava engajado em suas atividades tranqüilamente, enquanto era banhado pelas matizes douradas e intensas do sol, que se punha no horizonte. Cheguei sem causar muito alarde, para que ele não percebesse que o fotografava. Posicionei-me de modo a valorizar sua figura, focalizei e *click*, lá estava ele eternizado em uma foto. Como os detalhes que foram suprimidos pelo contra-luz eram desnecessários - na verdade se estivessem presentes, seriam distrativos - a silhueta funcionou exatamente como queria, criando uma atmosfera romântica na foto. Esta foi tirada com minha Zenit 12XP, objetiva Helios 44M04 58mm f:2 e usando o Kodacolor 100.

terça-feira, dezembro 05, 2006


Aproveitando a onda do Natal, vou postar uma foto que tirei no Bay Market dia desses. O assunto da foto é o bom velhinho, nosso querido Papai Noel. Essa foto foi feita no meu primeiro rolo de teste com minha "nova" câmera, a Praktina FX. Essa jóia foi feita na Alemanha nos anos 50, e, embora seja antiga, é uma excelente máquina. Ela está precisando de uma limpeza geral e de um pouco de lubrificação, mas como sou muito ansioso, precisaria testar a máquina primeiro.
O filme que usei foi o Konica Minolta VX400, e usei na Praktina a objetiva Carl Zeiss Jena Triotar 135mm f:4, excelente para retratos. As cores resultantes ficaram um pouco estranhas, pois esse filme não é balanceado para luz artificial, e sim para luz do dia, e nesse lugar a luz estava mista, que pode ser pior ainda. Como o Papai Noel da foto me pareceu muito simpático - e bastante real, embora fosse um boneco, decidi registrá-lo para esquentar ainda mais o clima do Natal. Da próxima vez, vou levar um tripé e uma lente grande-angular, para captar Noel em seu cenário. Ah, outra coisa que me chamou a atenção e trouxe ainda mais motivos para fotografá-lo foi o fato de ele estar usando seu macacão de jardineiro, bem à vontade. Provavelmente estava cultivando umas ervinhas para fumar na noite de Natal. Rsrsrss...

quinta-feira, novembro 30, 2006


Depois de algum tempo de jejum, volto a postar uma foto que fiz em Petrópolis, cidade imperial do Rio de Janeiro. Para quem não sabe, Petrópolis é uma cidade bastante florida - e fria também, portanto um prato cheio para quem quer fotografar. Fotos de flores são batidas, mas eu *adoro* as flores, sendo portanto irresistível para mim fotografá-las. Nesse dia em que fotografei essa flor, acordei bem cedinho para conseguir uma luz suave e difusa, para a foto não ficar com sombras muito projetadas. Mas o tempo se virou contra mim: o céu estava nublado demais, e a luz muito fraca. Tanto o filme quanto os sensores das câmeras digitais são prejudicados pela luz fraca, produzindo imagens granuladas. O filme que usei na ocasião foi o Konica Minolta Centuria, que não é lá um grande filme, mas valeu à pena pela experiência e porque estava muito baratinho. Aproveitei que havia chovido durante a noite, deixando as folhas molhadas, e fotografei esse lírio. No pós-processamento usei um programa recomendado por minha amiga Berenice Kauffman chamado "Neat Image", que reduz bastante o granulado - ou ruído, como alguns gostam de chamar. O resultado ficou melhor, mas a definição não está lá grande coisa porque a mesma fica prejudicada pela luz insuficiente. Da próxima vez, levo filmes mais rápidos! :)

segunda-feira, outubro 02, 2006


Olá!!!
Depois de tanto tempo sem postar nada, volto à ativa pondo uma macro que fiz de uma miniatura de ferro do TOYOTA MR2 do meu irmão. Esse carrinho é lindo, realmente me chamou a atenção pelos detalhes que ele tem. Quando o vi, sabia que tinha que registrá-lo, mas como escolher um bom cenário? Parei, pensei... e então decidi por um fundo branco infinito, para ter bastante contraste com o negro da lataria do carrinho. Esse tipo de foto geralmente é feito em mini-estúdios, com luzes especiais e etc., mas como não disupunha desses recursos (para variar), usei luz natural mesmo, de um dia nublado claro, onde não há sombras muito duras, e pu-lo sobre uma folha de papel A4 branca, para criar a ilusão de fundo infinito. Não é um trabalho profissional, mas acho que dá para enganar quando visto de longe! :)

quinta-feira, agosto 31, 2006


PEDRA DE ITAPUCA

Bom, como moro em Nikiti e não tenho muito tempo para ir a outros lugares para fotografar, tenho que me virar na minha cidade mesmo. Às vezes é difícil arrumar novos lugares ou ângulos para fotografar a mesma coisa, mas de tempos em tempos tenho alguns surtos de criatividade.
Há muito que vinha tentando achar alguma oportunidade especial de fotografar a pedra de Itapuca, pois esse era um dos únicos motivos da orla de Icaraí que não havia fotografado ainda. Já havia visto algumas fotos da tal pedra, mas a maioria delas era apenas tirada em um dia ensolarado, comum, não trazendo nada de especial à foto. Decidi que a minha não seria assim, que eu queria que ela tivesse algo de diferente... então cheguei à conclusão: fotografa-la-ia ao anoitecer, em uma exposição longa!
Nesse dia, eu estava apenas com a minha Nikon compacta, que não me oferece grandes recursos para controlar os resultados, mas mesmo assim resolvi experimentar. Como sabia que iria precisar de algum apoio para conseguir realizar a exposição longa com sucesso, pois senão a foto sairia um borrão só, levei meu tripé baratinho para me dar esse apoio tão importante. Escolhi um bom lugar - o coletor de lixo que fica preso ao poste - e posicionei a máquina. Não fiz apenas uma tomada, mas pelo menos umas três; como o resultado depende dos parâmetros que a máquina escolhe, fiz as tomadas usando as diferentes configurações que a câmera oferece, para comparar mais tarde e ver qual ficara melhor. E essa que vocês podem ver foi a que mais gostei, pois foi a que demonstrou o melhor equilíbrio na exposição. Ficar totalmente satisfeito eu não fiquei, pois é visível o quanto as luzes altas do canto direito ficaram estouradas, dada a grande abertura que a burra da máquina escolheu, mas valeu pelo ângulo amplo que a lente oferece, e pelo imediatismo da foto digital.
Agora, um pouquinho de história: diz a lenda que a pedra de Itapuca abriga em seu interior a índia Jurema e seu amor proibido, Cauby. Jurema estava prometida para casar com o guerreiro mais valente de sua tribo, mas o destino fez com que ela se apaixonasse por Cauby. Como toda boa novela mexicana (rsrsrsr), é claro que a tribo dela ficou furiosa e os proibiu de se encontrarem. Jurema cantava e chorava todas as noites em frente à pedra, até que um dia Cauby reapareceu. Os dois se amaram novamente, mas foram descobertos pela tribo dela. Emboscados, foram assassinados. Como Jurema cantava à lua e ao mar, a primeira sentiu pena de seu trágico destino, e pediu à Tupã, deus indígena do trovão, para que os unisse dentro da pedra, para que consolidassem seu amor. Tupã, muito solícito e tocado pelo acontecido, realizou o pedido da lua, e os dois foram transportados para o interior da pedra, onde são um só. Lindo, não? ;-)

terça-feira, agosto 22, 2006


Clichês

Todo mundo com certeza já viu alguma foto de um pôr-do-sol. Ou alguma foto de flores, ou insetos... enfim, em qualquer arte há o clichê. Uma foto torna-se clichê a partir do momento em que o tema que ela retrata é repetido à exaustão, criando um certo desinteresse no observador. Mas, em alguns casos, é muito difícil resistir a um clichezinho.
Eu, por exemplo, sempre tive uma conexão íntima com o mar. Sempre o admirei - e respeitei, e a beleza de um mar azul é inegável. E como mar combina com sol - o regente do meu signo, resistir à tentação de registrar os dois em comunhão é muuuuuuito difícil para mim. Todos sabem que fotos de pôres-do-sol são comuns e batidas, mas convenhamos, as composições variam muito, de horríveis a maravilhosas, então se você se propõe a registrar um tema batido, tente pelo menos criar algum interesse a mais na sua foto. Isso fará com que o clichê fique pelo menos mais atraente.
A foto que publico hoje foi tirada quase que por acidente. Vinha eu do trabalho num fim de tarde escaldante, pensando na vida, quando me deparei com o imponente rei sol a se pôr no horizonte da baía da Guanabara. O céu estava vermelho, e a atmosfera era muito inspiradora, já que muitas pessoas se reúnem nos fins de tarde em frente à baía da Guanabara para ver o lindíssimo pôr-do-sol. Por um acaso eu estava com minha Coolpix na bolsa, e aproveitei para fazer umas fotos. Compus o registro de uma forma que houvesse vários planos, e incluí o elemento humano na foto para criar um interesse maior. Gostei bastante do resultado, embora ele esteja longe da perfeição - se é que isso existe! ;-)

terça-feira, agosto 15, 2006


APROVEITANDO O TEMPO

Hoje foi feriado na cidade onde trabalho, e, como não poderia deixar de ser, aproveitei para sair e tirar umas fotos. Como tenho trabalhado e estudado mais ultimamente, meu tempo para fotografar tem ficado escasso, mas sempre que uma oportunidade como um feriado aparece, aproveito-a o máximo possível.Na foto de hoje tirei proveito das belas cores que o sol proporciona no fim da tarde. Embora estejamos no inverno, um calor intenso tomou conta da cidade, então previ que o fim da tarde teria cores muito vibrantes. Por volta das 17:00h peguei minha mochila, enfiei três máquinas dentro dela e parti para a sessão fotográfica. Saí com duas analógicas e uma digital, para que não perdesse nenhum detalhe. As duas analógicas foram minha Zenit 12XP e a Yashica FXD do meu pai. A primeira carregada com um Kodak BW400CN (filme P&B revelável em minilab) e a segunda com um Agfa Vista 100, colorido. A digital foi minha compacta Nikon Coolpix 2100.Você deve estar se perguntando porque saí com tantas câmeras. Na verdade foi para ter a maior versatilidade possível. Apenas a Zenit eu não usei, pois para o que queria fazer eu precisaria de um tripé alto, coisa que ainda não tenho. E como a intenção era registrar cores, usei a Yashica e a Nikon.O filme da Yashica estava bem no finzinho, então só pude tirar duas fotos. Terminado o rolo, saquei a Nikonzinha e tirei algumas fotos do pôr-do-sol, que exibia cores fantásticas. Os resultados ficaram até bons, mas na verdade a falta de controles manuais na minha compacta me irrita um pouco. Digo isso porque para tirar fotos de paisagens, devemos escolher a menor abertura possível do diafragma, para podermos pôr a maior quantidade de elementos do cenário em foco, e como é a máquina que "escolhe" esse parâmetro automaticamente - no caso de uma compacta, a abertura do diafragma deixa a desejar. Enquanto nas minhas analógicas eu tiro fotos de paisagens em f16 ou f22, a minha pequena desgraçada Nikon faz fotos de paisagem no medíocre f2.8. Quase inacreditável. Isso sem falar que após tirar as fotos, tenho que processá-las no PC, para aumentar contraste, saturação, etc. etc., uma vez que as lentes que vêm nessas compactas são baratas de dar vergonha, e geralmente seu desempenho deixa a desejar.Bom, fora as críticas ao equipamento, a paisagem compensou os problemas técnicos, e eu aproveitei para captar da melhor forma possível as cores que me encantavam naquele momento. Enquadrei da melhor forma que pude, e voilà! Deixei gravado nos meus arquivos o registro daquele quente e colorido crepúsculo vespertino. Agora me resta esperar algum outro bom feriado, de preferência daqueles que são emendados em algum dia útil, para poder me divertir deveras!

quinta-feira, agosto 10, 2006


REFLEXOS

Eles são fáceis de achar, e embora muitas vezes passem despercebidos, podem ser usados para causar efeitos belos e interessantes. É comum reflexos serem coadjuvantes nas composições de fotos, e em alguns casos eles passam a ser até mesmo o assunto principal.
Entretanto, há alguns casos em que o reflexo atrapalha, principalmente quando fotografamos um sujeito que se encontra atrás de uma janela, ou quando tentamos captar uma paisagem através dela. Nesses casos, o uso de um filtro - o polarizador - é indicado, uma vez que a função dele é justamente essa: eliminar reflexos indesejados. O polarizador também causa outros efeitos colaterais, mas estes ficam para um outro tópico.
A foto que publico hoje foi meio que acidental. Estava eu tentando arrumar alguma composição simples, para testar meus conhecimentos de composição, profundidade de campo, etc., quando reparei na garrafa que aparece na foto. Ela é uma licoreira pintada à mão pela minha mãe, e o colorido dela é bastante estético, o que por si só é suficiente para tentar tirar algum proveito fotográfico. Garrafa combina com copos, então decidi juntar minhas tacinhas (elas novamente) ao conjunto, arrumando de alguma forma que ficasse harmonioso. Bom, depois de pôr tudo em cima da mesinha de centro, fui enquadrar a foto, e senti uma enorme dificuldade por um simples motivo: como a minha lente é 58mm, considerada "normal" por causa da perspectiva similar à vista pelo olho humano, o enquadramento ficava muito "apertado" para uma foto em close-up, e ao afastar a câmera do assunto, a composição perdia toda sua força. O que fazer??? Foi aí que eu reparei o quão interessante os reflexos coloridos produzidos pela garrafa eram. Decidi então que o elemento garrafa era secundário, enquanto o que realmente importava eram os reflexos. Reenquadrei o assunto e voilà! Lá estavam os reflexos, registrados.

sexta-feira, agosto 04, 2006


EFEITOS

Antes do advento do Photoshop, efeitos eram aplicados na fotografia usando-se muito a criatividade, e em alguns casos, usando-se filtros específicos. Há uma variedade enorme de possíveis efeitos - alguns de gosto muito duvidoso - que apresentam variados graus de dificuldade de aplicação. Quando bem usados, esses efeitos podem enriquecer a experiência fotográfica, criando atmosferas interessantes, cores bizarras e uma infinidade de outros resultados.
Os mais puristas não são muito a favor de efeitos demasiados, uma vez que eles corrompem a imagem original. Hoje, em dias de Photoshop, algumas fotografias medíocres podem ficar muito interessantes quando bem manipuladas. Mas seria isso o ideal?
Eu particularmente não sou muito adepto do Photoshop e afins. Uso-o apenas para fazer pequenas correções, como contraste, brilho, saturação... mas nada que descaracterize a imagem original. Mesmo que eu quisesse, não conseguiria ir muito além disso, pois é preciso um nível de conhecimento mais elevado para ir mais adiante nas edições. Isso é para os adeptos e aficcionados das câmeras digitais e outros "geeks". Meu negócio é fotografar, não manipular.
Mas, voltando aos efeitos, um dos que gosto de usar dependendo da fotografia é o "artistic blur". Esse efeito gera uma imagem ligeiramente difusa, dando uma atmosfera um tanto quanto onírica à imagem. Esse efeito é muito usado em retratos, mas confesso que na grande maioria das vezes acho os resultados super cafonas. Tipo book da Glamour (nossa... peguei pesado agora...). Não sei exatamente dizer qual critério que uso para escolher que imagem combinaria com que efeito, mas acredito que essa escolha seja muito baseada em tentativa e erro. Não custaria nada, afinal de contas eu teria 50% de chances... rsrsrs.
A foto que posto hoje foi tirada na minha faculdade. Estava eu andando em seus corredores monocromáticos quando me deparei com uma borboleta à janela. Ela se destacava do resto do cenário por ser colorida, e aquele contraste me compeliu a registrá-la. Cheguei de mansinho para não espantá-la, e fotografei-a. O resultado ficou do jeito que esperava. Ao escanear a foto, testei alguns filtros de efeitos só por curiosidade, e gostei bastante do resultado do "artistic blur", pois ele não alterava tanto a foto, e conferia-lhe uma atmosfera atraente. Poderia ter ficado um poço de cafonice. Mas eu gostei. :-)

quarta-feira, agosto 02, 2006



ABSTRAÇÕES: IMPROVISANDO

Uma das coisas mais difíceis em fotografia é conseguir uma imagem que diga alguma coisa, que expresse algum significado. Já dizia Ansel Adams, um dos grandes mestres da fotografia:"Não há nada pior do que uma imagem nítida de um conceito confuso". Ele tem toda a razão. Comumente vejo na internet fotos tiradas com máquinas de úlitma geração, com lentes ultranítidas, que não dizem nada ou não têm o menor senso estético. Essa é uma prova cabal de que a câmera não importa; quem faz belas fotos é o fotógrafo.
Tendo em mente a citação de Ansel Adams, conseguir uma boa fotografia abstrata, que diga alguma coisa, não é tarefa fácil. É deveras fácil encontrar na rede fotografias "ditas" abstratas, mas que na verdade não passam de uma tentativa frustrada de conseguir algum resultado. Você consegue descobrir a diferença entre um trabalho interessante e uma mera exposição sem valor quando você exprime alguma reação ao ver a foto. Várias vezes vi ensaios baseados em fotografias de legumes e frutas cujos resultados eram sublimes. Mas como??? Fácil: tudo depende de como você os registra. A luz, o fundo, a posição, o enquadramento... tudo isso vai influenciar no resultado obtido. E não é necessário nenhum grande aparato técnico, conseguem-se milagres a partir de materiais muito simples.
Essa foto que ponho hoje foi uma tentativa minha de produzir um resultado abstrato interessante. A idéia não foi minha; já havia visto uma foto praticamente idêntica em um site, mas o resultado não foi exatamente o que eu esperava. Tentei repetir a experiência em casa, tomando as providências que a tornassem mais do meu gosto, e consegui a imagem que vocês podem conferir. Originalidade zero, mas o efeito - claro, ao meu ver - foi válido. Para essa tomada eu usei apenas uma folha de papel branca, alguns lápis de cor e rebati o flash na parede, para que ele não expusesse a imagem a uma quantidade de luz demasiada. Colorido, não?

terça-feira, agosto 01, 2006


FOTOGRAFE O INUSITADO

Muitas vezes passamos por excelentes situações fotográficas e não as percebemos, de um modo geral pelo fato de estarmos distraídos, ou simplesmente porque achamos que "aquilo" não daria uma boa foto. Pois é, embora tenhamos essa impressão várias vezes, podemos estar redondamente enganados. De um modo geral, simplesmente ver o sujeito sob um outro ângulo já faz uma diferença enorme, e o que antes parecia desinteressante torna-se absolutamente atraente.
Todos os dias eu passava por esse cachorrinho que espreguiçava-se na janela. Sempre o achei bonitinho, mas o ângulo sob o qual eu o reparava não era interessante, não criaria uma boa foto. Um belo dia, cismei que o fotografaria. Para criar algum interesse a mais, decidi fotografá-lo em um ângulo onde eu criasse uma ilusão de perspectiva no cenário - o que torna a foto mais atraente - e de uma forma que ele me olhasse. Cheguei de fininho e assoviei. Ele virou-se para minha câmera e clique! Lá estava ele registrado, para sempre.
Portanto, observe tudo à sua volta. Uma grande oportunidade fotográfica pode estar debaixo do seu nariz, basta você ter os olhos para isso. Experimente, não se intimide com os erros. Você só fará fotos boas se tentar e errar, para poder acertar na próxima tentativa.

quarta-feira, julho 26, 2006


Valorizando a luz

Um dos detalhes mais importantes que diferenciam uma foto ordinária de uma foto com alguma estética é sem dúvida uma boa luz. Embora saber controlar a quantidade de luz que entra pelas suas lentes seja importantíssimo para garantir uma exposição correta, isso não fará suas fotos belas. Na verdade o cerne da questão é a qualidade da luz. Quando falo em qualidade, refiro-me ao fato de haver diferentes tipos de luz, que se encaixam em diferentes situações, produzindo efeitos dramáticos, difusos, ou até mesmo bem uniformes. Tudo depende do que você quer mostrar.
A foto que publico hoje é um bom exemplo disso. Imagine a mesma foto tirada com luz artificial, como a do flash. Certamente toda a atmosfera criada pela luz que entrava pela porta seria arruinada, resultando numa foto completamente banal. Ao ver tal luz, percebi que ela criava um efeito de chiaroscuro - ou seja, grandes contrastes entre luz e sombra. Tal efeito era muito comum na pintura barroca, e era usado para dar dramaticidade à cena, bem como criar uma sensação de volume no que era mostrado na tela. Tive a exata impressão de estar diante de uma pintura barroca quando vi a cena mostrada na foto, e não pude deixar de registrá-la. Usei uma abertura de diafragma grande - algo em torno de f2.8, e velocidade alta, pois o filme que usei era de sensibilidade relativamente alta - ISO 400. O resultado é esse que vocês podem conferir.

terça-feira, julho 25, 2006


MACROFOTOGRAFIA

A macrofotografia consiste em fotografar objetos pequeninos (ou não, podendo apenas ser a fotografia de um pequeno detalhe), a uma distância também pequena. Esse é um tipo de fotografia que pode ser fascinante, pois vários detalhes que são imperceptíveis aos nossos olhos tornam-se evidentes - e atraentes - quando fotografados desse modo. Há alguns poréns: lentes específicas para macrofotografia são muito caras, e a profundidade de campo dessas lentes é geralmente crítica, de apenas alguns milímetros. Portanto, deve-se fotografar com pequenas aberturas, de preferência usando tripés firmes para se obter bons resultados. Mas se você não dispõe de nada disso, há como ainda conseguir alguns resultados convincentes. Pode-se usar tubos de extensão, que afastam a lente do plano do filme, e que pode propiciar closes de até 1cm de distância do sujeito. Legal, não?
Eu por exemplo, não disponho dessas parafernálias (bem que gostaria...), então tenho que me virar com a distância mínima de focalização da minha lente, que são 50cm. Parece longe, mas somando-se isso à relativa magnificação da lente, você consegue resultados interessantes. Essa foto que posto é de uma planta insetívora que achei no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Ela tinha um aspecto muito curioso - como praticamente todas as plantas desse tipo - e me chamou a atenção pelas formas e cores. Ajoelhei-me no chão para poder ficar o mais próximo possível delas, calculei a exposição e fotografei-as. Escolhi uma abertura grande para evitar que elementos do fundo da cena distraíssem a atenção do primeiro plano, e fui muito cuidadoso com o foco. Se não me engano, a abertura foi f3 e a velocidade, 1/125s. O filme foi um Kodacolor 100, o mais vagabundo da linha da Kodak.

domingo, julho 23, 2006


NATUREZA-MORTA

Pois é, esse tipo de trabalho não existe apenas na pintura. Naturezas-mortas são composições que envolvem objetos estáticos como frutas, flores, ou qualquer outro objeto, geralmente em uma superfície plana. Isso é perfeitamente possível de ser registrado em fotografia também; portanto, vivo prestando atenção nos objetos em minha volta, tentando imaginar alguma composição interessante... Essa natureza-morta eu compus por acaso. Ela "aconteceu" uma vez que fui à casa de um aluno para umas aulas inglês, e enquanto ele pegava seus livros para começar a estudar, pus-me a observar sua sala, onde uma bela luz entrava. Quando vi o vermelho da gérbera naquele vaso tão vermelho quanto ela, tive a certeza de que ela merecia ser clicada. Posicionei-a de em cima da mesa de centro, de modo que ficasse de frente para a estátua. Calculei a exposição e click! O resultado é esse que vocês podem conferir. Engraçado, nem todas as fotos que nós fotógrafos gostamos são as mesmas que as pessoas que as vêem preferem. Essa foto é um bom exemplo. Gosto bastante dela, da luz, das cores, da composição. Mas uma vez publiquei-a num site de fotografias e ela não deu muito ibope... Talvez acharam esse trabalho abstrato demais.

sexta-feira, julho 21, 2006


Bom dia!
Bom, depois de postar uma foto noturna do MAC, volto a postar outra noturna, só que agora da orla da praia das flechas, em Niterói. A rua fica exibe uma iluminação bem interessante à noite, com uns tons dourados, e isso constitui um motivo interessante para fotografar.
Como havia dito na postagem anterior, quando fazemos fotos com exposição longa, a foto só sai nítida se a câmera se manter estática durante a exposição. Bom, até aí tudo bem. Mas o que acontece se os elementos da foto se mexerem??? Nesse caso, esses elementos vão sair borrados, em contraste com os elementos estáticos da foto - em geral, o cenário. Isso é claramente visível na foto que posto agora. Repare na rua que margeia a praia: há uma linha luminosa que corta a foto de lado a lado. Essa linha na verdade são os faróis dos carros que passavam enquanto a exposição era feita. Já o mar, por se manter em constante movimento, assume uma forma parecida com uma neblina. Esses efeitos podem ser indesejáveis dependendo do tipo de foto que você for fazer, mas também podem criar atmosferas interessantes para seus registros. Como essa foto era experimental - e eu não dispunha de um tripé de verdade, nem de uma lente grande angular, eu não me prendi muito à composição propriamente dita, mas sim nos efeitos que conseguiria com o efeito de "arraste" dos faróis dos carros e do movimento do mar.

quinta-feira, julho 20, 2006


Bom dia a todos!
Hoje vou postar mais uma foto, explicando mais ou menos o procedimento de como ela foi feita. Essa foto que você vê aí acima é uma foto noturna que fiz do MAC, o famoso museu de arte contemporânea de Niterói, projetado pelo lendário (e quase centenário) Oscar Niemeyer. Como qualquer obra arquitetônica projetada por esse gênio, o MAC é um excelente modelo para fotografar. Todo mundo já viu alguma foto desse lugar, que mais parece um disco voador, mas na maioria das vezes essas fotos são muito parecidas entre si. Resolvi um dia fotografá-lo à noite, para pelo menos tentar fazer a foto "parecer" diferente.
Fotos noturnas como essa que fiz não são boas de serem feitas sem a ajuda de um tripé, uma vez que o obturador - o mecanismo que expõe o filme à luz - tem que se manter aberto por um tempo razoavelmente longo, e qualquer movimento, por mais imperceptível que seja a você, pode arruinar a foto, borrando tudo. É justamente esse mesmo motivo pelo qual alguma das fotos que você já tirou na sua vida terem um aspecto borrado, dando a impressão de terem sido tiradas em um aquário. Nesses casos, quando você precisa de uma maior estabilidade da câmera, deve-se usar um tripé e um cabo disparador (para que você não toque na máquina), para assim assegurar a maior estaticidade possível de seu equipamento.
Para essa tomada, usei minha Zenit 12XP, com sua lente original de 58mm, um tripezinho daqueles de câmeras compactas - o que não é recomendado, pois câmeras compactas pesam no máximo 300g, enquanto minha câmera nada compacta pesa 980g(!!!) - e um cabo disparador convencional. Escolhi uma abertura pequena - f16 - para conseguir a maior profundidade de campo (área que aparece nítida na foto) possível, e uma exposição de aproximadamente 30 segundos, para poder sensibilizar bem o filme.

terça-feira, julho 18, 2006


Essa foto foi a primeira natureza morta que fiz. Sempre gostei de fotos close-up, mas não sabia o que fazer para conseguir um bom resultado, muito menos o que usar para compor a foto. Decidi então aproveitar a luz que vinha da janela da minha sala, e compus a foto usando uma tacinha de licor cheia de licor de cereja e uma maçã decorativa, tentando arrumar uma composição surrealista pseudo-intelectual, onde o vermelho da maçã encontrava-se na taça, e a maçã exibia uma coloração prateada, como que esmaecida. Não sei se alguém notou isso quando viu a foto - na verdade algumas pessoas até riram dela, kkkkk, mas gostei do resultado. Usei uma abertura de diafragma grande, se não me engano f2.8, para obter um fundo bem desfocado, e a velocidade de obturação foi 1/125s. Ainda não tinha muito controle da estética que a luz proporciona (e ainda não tenho), mas achei que o posicionamento dos elementos em relação à luz resultaria em uma composição agradável. Espero que vocês tenham gostado.
Bom, acabei de descobrir como postar figuras, rsrss! É que meu navegador não estava mostrando o ícone de inserir figuras, mas agora tudo está corretamente configurado. Agora que já sou expert em blogs (gargalhando), vou postar umas fotos com alguns comentários sobre elas. Espero que gostem (se é que alguém algum dia visitará meu blog, rsrs)
Bom, esse é o primeiro post que ponho no meu blog. E, como não poderia deixar de ser, vou falar de meu hobby favorito: fotografia. Descobri a mágica de fotografar há cerca de dois anos, quando comecei a ler textos e tutoriais pela internet. Sempre gostei de fotografia, mas nunca tinha experimentado fazer, criar fotos com algum requinte artístico (não que minhas fotos hoje em dia tenham esse requinte, rsrsrs). Desde então comecei a ler vários textos com noções de exposição, velocidade de obturação, abertura de diafragma... e aí o bichinho da fotografia se instalou de uma forma que não consigo - e não quero mais - remover. Como estava sem grana para investir pesado (aliás, quem tem grana nesse país?) no meu novo hobby, procurei no Mercado Livre alguma opção em conta para começar a me aventurar nesse campo. Catando informações aqui e ali acabei encontrando a Zenit, câmera de origem soviética que mais parece um tanque de guerra de tão pesada e de tanto ferro. Mas eu precisava aprender o beabá, e fazendo uma analogia com o ato de aprender a dirigir, nada melhor para aprender do que um Fusca, que agüenta qualquer parada, é de mecânica fácil e não é caro. O mesmo pode ser dito da Zenit: barata, de construção simples porém muito robusta e confiável. Desde que adquiri a minha, não parei mais de fotografar! Não como um idiota que fotografa qualquer coisa para testar seus conhecimentos, mas tentando ter algum tipo de requinte estético. Por sorte, como já havia lido muitos textos explicativos sobre os parâmetros que deveriam ser usados para conseguir uma boa foto, não apanhei muito de início. Claro que me refiro ao risco de perder fotos por falta - ou excesso - de luz, não ao apuro estético. Bom, o primeiro passo estava dado.
O primeiro filme que carreguei na máquina foi um Deplá ISO 100, filme barato para correr um risco menor de frustração. Gostei bastante dos primeiros resultados, embora não tivessem ficado nada que fizesse ninguém babar. Mas não ficaram uma porcaria também. Isso me deu uma motivação a mais para experimentar outras possibilidades, explorar assuntos e todos os recursos que só a fotografia manual poderiam oferecer. E nisso estou até hoje, ora acertando, ora errando... mas nunca perdendo a vontade de melhorar, quem sabe até conseguir algumas imagens dignas de serem expostas em algum museu... rsrsrsr! (que pretensão idiota, rsrsrs!)
Bom, como sou totalmente iniciante e ignorante em blogs, ainda não descobri como explorar todo o potencial que ele pode oferecer. Aos poucos, vou descobrir como postar algumas fotos, para vossa apreciação, leitores. Isso pode acontecer ainda hoje, amanhã... sei lá; quando conseguir vocês verão na tela de seus computadores, rsrsrs! Vale à pena ressaltar que não sou nenhum fotógrafo profissional, não fiz cursos e não sou nenhum mestre. Apenas adoro a arte de fotografar, estou tentando melhorar o mais que posso, e esse blog será uma espécie de diário de bordo, onde vou apontar o que gostei e o que não gostei nos resultados dos meus trabalhos. Claro que qualquer comentário ou crítica é sempre bem-vindo; mas se não gostarem das fotos, peguem leve na hora de criticar!